Quando Jesus disse que o seu reino não era deste mundo, Ele quis dizer que o nosso mundo físico é muito voltado para as coisas materiais, ou seja, do nosso ego. E Ele até ensinou que nós devíamos buscar primeiramente as coisas do reino dos céus que a traça não come, que a ferrugem não corrói e que o ladrão não rouba. Mas Ele jamais quis dizer que nosso mundo físico estava perdido para sempre, e menos ainda, que Ele, por isso, o teria abandonado e deixado de amá-lo.

Aliás, Deus ama com amor infinito não só o nosso mundo, ou seja, o planeta Terra, que foi criado de modo especial para nós vivermos nele e para que, assim, pudéssemos evoluir em busca da nossa perfeição, perfeição essa que, um dia, deve ser tão desenvolvida, que será semelhante à de Deus. Como diz o -Livro de Gêneses da Bíblia, nós fomos criados semelhantes a Deus, só que essa semelhança nossa com Deus em perfeição foi, como afirma a filosofia, em estado potencial, isto é, como se fôssemos perfeitos semelhantes a Deus, mas em forma de semente, que, para se tornar uma planta, leva certo tempo, além de exigir certos cuidados, como colocá-la na terra úmida e em que os raios solares incidam sobre o local em que ela estiver plantada. Dizendo de outro modo, para que nos tornemos de fato semelhantes a Deus em perfeição, temos que, por nós mesmos, nos esforçar com nossa inteligência e livre-arbítrio, a fim de que tal condição nossa de perfeição semelhante à divina torne-se, um dia, realmente atualizada ou concretizada, o que ocorrerá através de várias reencarnações, pois uma só nem dá para começar, mesmo porque uns morrem criança e outros nascem até já mortos. E, quando essa nossa semelhança se tornar realidade mesmo, seremos como os anjos, os quais não param também de evoluir. É por isso que uns são serafins, outros, querubins e outros que já são até arcanjos, como o Arcanjo Gabriel, que significa em hebraico ‘homem de luz’, ou seja, homem cujo espírito já é, de modo especial, muito iluminado ou muito evoluído. Se os espíritos angélicos (enviados) fossem criados já perfeitos, Deus teria amado mais o anjo do que ao homem e, então, seu amor para conosco não seria infinito e perfeito, mas finito e imperfeito, o que seria fruto de uma atitude imprópria para Deus, que é de perfeição infinita. Essas atribuições sobre nós querem dizer que nossa caminhada em busca da nossa perfeição semelhante à de Deus, passando pelo nosso estado hominal e, depois, angélico, e até pelo nível de arcanjo, não cessam jamais, sendo, pois, sempiternas e, portanto, continuarão para sempre pelas eternidades afora.